O Nascimento do Ícone
Ceia- Agape: Catacumba romana |
A palavra ícone (do grego eikon) significa imagem. A partir do VII séc. essa palavra passa a designar uma pintura de caráter religioso sobre painel de madeira em estilo bizantino, grego ou russo. O ícone nasce para testemunhar o esplendor e a beleza de Deus feito homem e reúne, na sua linguagem pictórica e nos seus cânones preestabelecidos, ditados pela Igreja, toda a teologia cristã.
A iconografia não é apenas uma sublime forma de arte, mas um modo de viver com maior intensidade a fé, identificando-se com os sujeitos representados (Cristo, a Virgem e os santos).
O ícone é bento, incensado, levado em procissão e venerado. Ele orienta a nossa oração e a fortalece, é um caminho certo para a verdadeira adoração e contemplação.
O nascimento do ícone se insere num contesto amplo e abrangente. Ele remonta ao homem pré-histórico que faz das imagens, pintadas nas paredes das cavernas, um meio para estabelecer um contato com a divindade e para render real a presença daquilo que é representado (Se pense às cavernas de Lascaux na França ou de Altamira na Espanha, c.15.000 - 10.000 a. C.).
A partir do III séc. d. C., os cristãos já usavam as imagens para ilustrar a nova fé, testemunhas disso são as catacumbas de Roma. Contudo as imagens eram ainda pinturas simbólicas, metafóricas e alusivas (peixe, âncora, cordeiro, pomba, pavão etc.) e, por isso, longe ainda do significado de eikon.
Os ícones se difundem realmente a partir do IV séc. quando ainda a Igreja oriental era intimamente ligada à Igreja ocidental e não havia divisão: o ícone, portanto, é patrimônio indiscutível de toda a cristandade. Hoje, a pintura sagrada se propõe como meio eficaz e indispensável de diálogo ecumênico entre as igrejas.
A arte sagrada do ícone nasce para sustentar e fortalecer a fé dos primeiros cristãos num período em que começavam a difundir-se múltiplas heresias no âmbito cristão. Por isso o ícone se coloca como sólida e verdadeira teologia visual. Pe. Saverio
Pavão - mosaico |
Peixe e pão eucarístico. |
Nesse tempo, no primeiro milênio, a Igreja era "Una", sem divisão e sem cisma.
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